Ipês amarelos, rosas, e roxos, colorem o entorno da praça, que tem sua arquitetura simples, mas o jeito aconchegante, assim como as lembranças que tenho daquele lugar. Quando era criança gostava de ficar horas e horas me balançando na pracinha, na parte esquerda da praça, em frente a igreja matriz. Corria por sobre a areia branca e macia daquele cercado, que por ingenuidade imaginava ser a coisa mais bela que existisse, em se tratando de uma cidade de interior.
Mais
adiante, há um carro-lanche de cor amarelo-mostarda, aqueles que vendem o
famoso “Pancho”. Dobrando à esquina, o encontro de universitários, estudantes, e pessoas sem nada para fazer
também. É sempre certo, é quase lei, pegar seu chimarrão e ir para a praça de
tardezinha. “Olhar o movimento” como dizem os nativos de lá. E acontece
praticamente todos os dias, perto das 6 da tarde. É como se fosse uma atração
turística da cidade.
O
nome da praça em nada lembra o imponente presidente da república natural de São
Borja. O “pai dos pobres” que marcou época. Se eu pudesse nomeá-la, gostaria de
um nome mais sutil e envolvente, mais presente em nossas vidas. Já que ela é
tão parte da vida de um alegretense, independentemente da época em que ali se
vive.
Agora
usam de seu território para condecorar políticos ditos importantes para o
cenário brasileiro. Talvez algum deles sequer pisou na areia fofa da pracinha,
ou sentou em algum dos bancos para saborear um chimarrão na companhia dos
amigos.
A
praça Getúlio Vargas é feita de gente, que transita apressadamente, contempla
os ipês e outras tantas árvores nativas.
Encontra velhos amigos, despede-se de amizades recém feitas em uma tarde.
Ouve a mais diversa seleção musical que se pode imaginar, vê crianças dando
suas primeiras pedaladas ainda inseguras.
Há
lugares em que a gente jamais esquece, mesmo estando há 300 km ou há um oceano
de distância. Não precisamos de grandiosos monumentos, nem de um lugar famoso
para deixá-la apenas registrada em uma fotografia. Mas sentir o cheio que emana
das árvores na primavera, e ver o sol brilhando por entre os galhos dos ipês, é
um sentimento até bairrista, mas inigualável.
Que amorzinho! *-* Saudades dos nossos mates por lá! Beijos.
ResponderExcluirSim, muita saudade de tudo que a gente viveu por lá mesmo.
Excluir